O conhecimento da realidade do outro pode, por vezes, ser impactante!
Perceber que a baixa autoestima de alguém o/a remeteu a anos de isolamento e solidão; perceber que a sua condição física o/a impede de poder ser minimamente autónomo porque as barreiras arquitetónicas são imensas; que a Escola não dispunha dos recursos e mecanismos para investir em si até o/a dotar das competências essenciais para uma integração profissional, enfim! São tantas e tão complexas as realidades com as quais se deparam crianças e jovens, mulheres e homens, deste território onde a nossa ação se confina, mas em tanto igual à realidade do país e do mundo, que nos levam a questionar: o que estamos nós a fazer para inverter esta constatação? Está a dignidade da pessoa humana assegurada em pleno?
A Constituição da República Portuguesa alude no artigo 13.º ao Princípio da igualdade e por isso é preciso “fazer caminho” para que todos os cidadãos tenham a mesma dignidade social.
Quando assumi funções no Município de Armamar com responsabilidades ao nível da Ação Social, o conhecimento da realidade tornou-se imperativo e a busca das soluções ao nível das políticas públicas para esbater esta realidade, uma constante. Começamos por fazer o diagnóstico e definir uma estratégia. O diagnóstico mostrou uma realidade mais preocupante e na estratégia de intervenção, grande parte das ações, não conseguíamos operacionalizar a curto prazo. Das várias iniciativas que empreendemos destaco a criação do observatório para a deficiência do concelho; a criação do prolongamento das atividades nos períodos não letivos para as crianças da unidade de apoio à multideficiência; a comparticipação nos transportes para os cidadãos com deficiência na deslocação para os Centros de Atividades e capacitação para a inclusão que frequentam noutros concelhos, o protocolo com a CIG para elaborar a Estratégia Local para a Igualdade; o protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações no sentido de implementar o Centro Local de apoio à integração de migrantes, as candidaturas aprovadas para as respostas de Lar Residencial e Centro de Atividades e capacitação para a inclusão.
Neste percurso, destaco a iniciativa que, até agora, mais impacto teve no nosso concelho – o protocolo celebrado com a A2000. O prestígio e a notoriedade alcançados pelo trabalho que desenvolvem em prol de uma sociedade mais igual e inclusiva rapidamente saltou os muros do concelho onde se implementava e passou a ter uma abrangência regional, onde Armamar se inclui. Confiamos na garantia de capacitação e integração social e profissional dos nossos cidadãos que nos foi apresentada, em primeiro lugar pela resposta de proximidade e pelo corpo técnico imbuído de um espírito humanista. Hoje beneficiamos no concelho de duas respostas dinamizadas pela A2000 que cultivam sorrisos, devolvem a dignidade, integram, valorizam e respeitam a pessoa humana em toda a sua plenitude, sem desistir de ninguém!
Armamar agradece incluírem-nos na vossa missão!
Cláudia Damião, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Armamar