No passado dia 2 de abril, celebrou-se o Dia Mundial da Consciencialização sobre o Autismo e, nesta edição, não podíamos deixar de assinalar esta data. O que se pretende é explicar de forma simples em que consiste esta perturbação, para que todos a possam compreender melhor e para que juntos possamos fazer parte de uma mudança positiva.
A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação neurológica complexa, que geralmente é diagnosticada na infância, e que afeta três áreas principais do desenvolvimento: a comunicação, a interação social e o comportamento.
Vamos compreender de forma mais detalhada quais os sintomas associados a cada uma:
Comunicação
· Dificuldade em compreender e usar a linguagem;
· Ausência da fala por absoluto ou riqueza de vocabulário, mas dificuldade em compreender o significado das palavras;
· Dificuldade em iniciar e manter uma conversa;
· Repetição do que lhe dizem (ecolalia);
· Dificuldade em entender o tom de voz;
· Ausência de contacto ocular;
· Não responder quando é chamado pelo nome;
· Não usar gestos.
Interação Social
· Isolamento social;
· Recusar o contacto físico;
· Dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos;
· Dificuldade em compreender e seguir as normas sociais;
· Não compreensão das regras sociais não-verbais, como a linguagem corporal e as expressões faciais;
· Dificuldade em compartilhar interesses e atividades com os outros.
Comportamento:
· Interesses intensos e restritivos a certos assuntos ou objetos;
· Resistência à mudança nas rotinas ou no ambiente;
· Hipersensibilidade ou insensibilidade a estímulos sensoriais;
· Sensibilidade a certos sons e texturas;
· Presença de comportamentos repetitivos e rotineiros;
· Presença de birras excessivas.
É importante lembrar que cada indivíduo com PEA é único e que os sintomas e a sua gravidade podem variar amplamente, sendo a designação “espectro” atribuída por este motivo.
Embora as causas da PEA não sejam totalmente compreendidas, há consenso entre os investigadores sobre a influência da combinação de fatores genéticos e fatores ambientais no desenvolvimento desta condição.
A principal mensagem que gostaríamos de passar aos leitores é que, embora esta perturbação de desenvolvimento persista ao longo da vida, os sintomas podem melhorar com o tempo, com intervenções e tratamentos adequados e ajustados a cada criança. Desta forma, é crucial estarmos atentos aos sinais para que o diagnóstico seja realizado o mais precocemente possível. Uma intervenção atempada pode fazer a diferença!
A contribuição para uma sociedade mais informada, promovendo a consciencialização sobre a Perturbação do Espetro do Autismo, permite ajudar a construir um ambiente mais justo e inclusivo para estas crianças e as suas famílias.
(Na próxima newsletter daremos continuidade à temática da Perturbação de espectro de Autismo.)
Patrícia Botelho,
Psicóloga