Junho
O mês de junho foi dedicado à consolidação de alguns conceitos que já abordamos no projeto, designadamente os termos como: violência que é definida pela Organização Mundial da Saúde como “o uso intencional de força física ou poder, ameaçados ou reais, contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em ferimento, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento ou privação“. Negligência que é a incapacidade de proporcionar à pessoa, em situação de fragilidade, a satisfação das suas necessidades de cuidados básicos de proteção, higiene, alimentação, medicação, afeto e saúde, indispensáveis para o seu bem-estar. Maus tratos: É entendido como um conjunto de ações de abuso ou violência praticado por um sujeito em condições de superioridade (idade, força, posição social ou económica, inteligência, autoridade) e contra a vontade da vítima ou com consentimento obtido a partir de indução ou sedução enganosa, do qual resulta dano físico, financeiro, psicológico ou sexual. Esta situação ocorre, frequentemente “num contexto de uma relação de responsabilidade, confiança e/ou poder” (Magalhães, Teresa – Maus tratos em crianças e jovens. 2004. Quarteto Editora).
Neste sentido, continuamos a preparar a peça de teatro, que iremos apresentar em julho e efetuamos trabalho um pouco mais teórico, mas não menos importante. Distribuímos alguns inquéritos junto das entidades de referência (juntas de freguesia, IPSS’s, entidades recreativas e culturais, etc.) dos 3 concelhos, para averiguar até que ponto a inclusão está presente nessas instituições e qual a necessidade de formação na área da deficiência junto das mesmas. Em sala, e de forma a envolver os familiares, estamos a aplicar a SIS-A (Escala de Intensidade de Apoios), instrumento que identifica e avalia os apoios que as pessoas com incapacidade intelectual e desenvolvimental necessitam para participarem nas atividades comuns da vida em sociedade, para podermos trabalhar o próximo objetivo do projeto.
É importante relembrar que o projeto MUDAT, procura diminuir a vulnerabilidade das pessoas com deficiência ou incapacidade (PCDI) à exposição à violência, aos maus-tratos/negligência e envolver as comunidades na implementação de medidas que tornem as PCDIs mais autónomas e independentes na sua vida social e recreativa.
Mas afinal o que significa MUDAT? É uma sigla, em que cada letra preconiza uma etapa ou objetivo do projeto. Assim sendo, temos:
M= Mudança de paradigma: a pessoa que tem uma deficiência continua a ser humana e a ter os mesmos Direitos de todos.
U= União: unidos temos mais força para defender os Direitos das pessoas mais vulneráveis.
D= Doação: todos temos algo para dar, mais que não seja um sorriso – podes sempre doar o teu amor!
A= Aceitação: se aceitas que todos somos diferentes, então compreendes a humanidade.
T= Transformação: se mudaste o paradigma, se partilhas a tua força, se dás a tua amizade, se aceitas a diferença, então estás a transformar-te e a tornar a sociedade mais justa!
Estás pronto para esta mudança??
Alexandra Santos, Técnica da A2000