Luís Lobo é um adulto de 38 anos, residente em Sabrosa, que ficou integrado profissionalmente na empresa “Vallegre, Vinhos do Porto, SA” através de um Estágio Inserção com a duração de 12 meses.
Depois de ficar desempregado, o cliente foi encaminhado para os serviços da A2000, nomeadamente para o Centro de Recursos para a Inclusão Profissional, onde integrou a medida de “Apoio à Colocação” de forma a apoiar na procura de emprego.
Neste contexto frequentou uma experiência laboral na entidade, situada em Sabrosa, onde desenvolveu tarefas relacionadas com a limpeza e higienização do armazém (com o apoio da máquina aspiradora), apoiar a encaixotadora de caixas, colocar garrafas na linha de engarrafamento, colagem de etiquetas e códigos nas caixas. Durante este período demonstrou um desempenho satisfatório, revelando motivação e interesse nas tarefas executadas, assim como uma ótima relação com a equipa de trabalho.
Esta experiência laboral permitiu ao Luís aperfeiçoar as suas capacidades nas tarefas realizadas, assim como desenvolver competências sociais e pessoais e adaptar-se à entidade.
O Luís refere que “a A2000 teve um papel muito importante na minha integração profissional pois permitiu-me ficar aqui a trabalhar através de um estágio com a duração de 1 ano. A minha rotina diária mudou completamente, tenho de cumprir o meu horário de trabalho, assim como tarefas que me são solicitadas. Vou também aumentar os meus rendimentos, o que vai permitir comprar diferentes coisas e realizar uma poupança para no futuro comprar um carro. A relação com a equipa é ótima e tenho uma boa relação com colaboradores e superiores”.
A Dra. Isabel Barros, “administradora da Vallegre”, refere que desconhecia este tipo de associações. Mas aquando da visita à empresa por parte da colaboradora da A2000 a fim de realizar prospeção de mercado, prontamente referiu que aceitava este tipo de experiência laboral. Após conhecer o Luís e perceber que era uma pessoa muito educada e cuidadosa, com os colegas, “aí fez todo o sentido vir para cá”, “percebi que não nos ia colocar qualquer problema”. “Alguns dos meus colaboradores já conheciam o Luís, o que ajudou na sua integração na empresa, havendo uma total abertura destes em recebê-lo. Quando começou a experiência laboral, começamos a perceber aos poucos que ele se enquadrava na nossa equipa/ritmo de trabalho e que tinha uma ótima relação com todos os colegas, e que ia fazendo tudo aquilo que lhe era pedido”. Na relação com os outros, é sempre muito educado e cuidadoso, e considera que o “Luís se sente à vontade e acarinhado, pelos colegas de equipa, como pelo responsável de equipa e assim como por mim, enquanto responsável da empresa, chegando a participar no almoço de Natal”.
Embora no início tivesse mostrado alguma apreensão relativamente à capacidade do Luís Pedro comunicar com os colegas, a Dra. Isabel Barros logo percebeu que isso não foi um problema/entrave, tendo sido fácil a integração do mesmo. “A incapacidade do Luís não tem impacto negativo em nada, claro que há tarefas que não vamos pedir-lhe, mas ele próprio já começa a dizer que algumas coisas que não consegue fazer ou tem alguma dificuldade ou precisa de mais tempo, mas o importante é ele estar a fazer as tarefas e nesse momento falar”.
“Acho que as empresas devem abrir os horizontes e pensar no que podemos fazer por pessoas com algum tipo de deficiência; já falei da vossa associação a outras empresas, aliás uma delas já seguiu a minha dica e fico contente que já tenham sido contactados por outros empresários”.
“A verdade é que no início referi que não havia espaço para ele, porque não tínhamos nenhum lugar para ser ocupado, mas percebemos rapidamente que ele nos ajudava e que podia ser uma mais-valia, tendo em conta também os apoios do IEFP. Em pouco tempo conquistou o seu espaço e ele mostra uma constante preocupação em melhorar e em não dececionar a empresa”.
Ana Augusto,
Técnica de Acompanhamento e Inserção