Integração Profissional

Associação Centro Social e Paroquial de Santo António – Vila Real

Ângela Baptista está integrada através de um Contrato-Emprego Inserção + (CEI+)

Após ter sido sinalizada pelo Centro de Recursos para a Inclusão Profissional (CRIP) da A2000, a Ângela foi avaliada primeiramente no âmbito da medida IAOQE (Informação, avaliação e orientação para a qualificação e emprego) do Centro de Recursos. Posteriormente foi encaminhada para a medida de Apoio à Colocação com o intuito de encontrar um emprego ajustado às suas necessidades e especificidades. Neste sentido está integrada profissionalmente no Centro Social e Paroquial de Santo António através de um Contrato-Emprego Inserção + (CEI+)

Neste sentido, conversámos com a Doutora Ana Teixeira, Diretora Técnica da instituição e com a Ângela Baptista para conhecer melhor este processo de inclusão.

A Diretora Técnica começou por descrever as tarefas que a Ângela realiza na instituição realçando o papel fundamental que desempenha para rotina diária da instituição. ” A Ângela auxilia na prestação de cuidados diretos aos idosos, tanto na Estrutura Residencial como no Centro de Dia no âmbito das suas atividades da vida diária, como apoio na alimentação, acompanhamento ao wc, na deambulação.” Além disso, “realiza tarefas de apoio à higiene dos espaços e na preparação do refeitório.”

Para a Ângela, este trabalho trouxe mudanças positivas, referindo: “Sinto-me bem, ocupada e útil. Claro que a nível financeiro também ajuda, mas para mim não é o mais importante. O facto de estar ocupada, de confiarem em mim e fazer o que gosto é, para mim, uma mais-valia. Agradeço ao Centro Social por esta oportunidade.”

Questionada sobre como surgiu a oportunidade, a Doutora Ana afirma: “Tivemos a oportunidade de conhecer a Ângela noutro contexto e, sabendo um pouco da sua realidade, quisemos ajudar. Reconhecemos nela um perfil adequado para lidar com o nosso público-alvo e, por isso, contactámos a A2000 para nos aconselharem sobre as medidas existentes.” Essa colaboração resultou na inserção da Ângela através do programa Contrato Emprego Inserção +.

Por sua vez, a Ângela reconhece o papel fundamental que a A2000 desempenhou no processo: “A A2000 teve um papel muito importante para que eu pudesse vir para aqui trabalhar. Falaram com a entidade, apresentaram as possibilidades e, assim, consegui ter a oportunidade de realizar um contrato.”

Para a Diretora, a integração da Ângela não só veio reforçar a missão social da instituição, como também trouxe um impacto positivo à equipa. Neste caso específico, elogia a sua atitude: “A calma que ela transmite, a forma pausada com que lida com os idosos, o facto de ouvir mais do que falar, a forma afetuosa com que acompanha cada um dos nossos idosos é sem dúvida uma mais-valia para todos.” 

Esta experiência mostra que as limitações de uma pessoa com incapacidade podem, na verdade, ser uma força no contexto laboral. A presença da Ângela no Centro de Dia e na Estrutura Residencial gerou, segundo a diretora, um ambiente mais humano e empático. Trabalhar com Ângela trouxe uma nova perspetiva sobre empatia e compreensão, valores essenciais numa instituição de solidariedade social tal como refere “Penso que o facto de olhar para as limitações das pessoas portadoras de deficiência de perto, faz-nos a todos pensar e ponderar na nossa forma de lidar, cuidar, atuar… pelo que para a equipa penso que este contacto mais próximo tem colocado ainda mais à tona valores como compreensão, humanismo e empatia pelo outro.”  

Apesar das suas limitações serem vistas como desafios por muitos, a Ângela destaca que as mudanças foram, em grande parte, internas. “As mudanças foram e são positivas” diz ela, reforçando o sentimento de pertença e realização pessoal que o trabalho lhe trouxe.

O processo de integração não teria sido possível sem o apoio da A2000. A diretora técnica enfatiza a importância dessa colaboração: “O apoio da A2000 foi crucial. Para a instituição, foi fundamental na instrução e acompanhamento do processo burocrático. Para a Ângela, o acompanhamento contínuo tem sido essencial para o sucesso desta relação.”

Quando questionada sobre a possibilidade de integrar mais pessoas com deficiência no futuro, a Diretora Técnica é clara: “Temos sempre uma porta aberta. Conscientes das nossas limitações, iremos sempre ponderar todas as possibilidades e propostas.” Ela deixa também uma mensagem de encorajamento a outras instituições e empresas: “Que não hesitem. Estas pessoas trazem com elas um valor acrescentado às nossas casas.”

O exemplo da Ângela no Centro Social e Paroquial de Santo António é um retrato claro de como a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho pode ser enriquecedora para ambas as partes. Para a Ângela, este foi um passo transformador na sua vida, enquanto a instituição reconhece o valor de ter na sua equipa uma profissional dedicada, cujas características pessoais são vistas como uma mais-valia no cuidado diário dos idosos.

Fátima Teixeira, Técnica do CRIP

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