Neste mês de abril o EPA – Empowerment, Participação e Autorrepresentação, projeto cofinanciado pelo Instituto Nacional de Reabilitação – INR, I.P. – ganhou vida com a participação de jovens de Armamar, de Tabuaço e de Peso da Régua.
EPA tem a finalidade de contribuir para a inclusão, cidadania, e autorrepresentação da pessoa com diversidade funcional, aliando a capacitação/formação dos serviços públicos ou privados, de modo a fomentar as condições promotoras da cidadania e do exercício dos Direitos fundamentais das pessoas com diversidade funcional, em 3 concelhos (Armamar, Tabuaço e Peso da Régua).
EPA é um projeto ambicioso que terá 3 etapas:
Empowerment dos Participantes: com o objetivo de promover atividades de capacitação das pessoas com diversidade funcional para reunirem informação base, importante tomar decisões e para a sua futura autorrepresentação em diferentes contextos.
Participação: com o objetivo dos participantes do EPA fazerem o diagnóstico das necessidades formativas dos organismos públicos e/ou privados ao nível da informação sobre o processo de inclusão. Depois, face às necessidades identificadas, os participantes do EPA, elaborarão os conteúdos formativos das ações de sensibilização/capacitação, para os colaboradores daqueles serviços.
Autorrepresentação: com o objetivo de eleger autorrepresentantes que serão os porta-vozes na interação com os serviços públicos e/ou privados. Terão um papel ativo na capacitação dos colaboradores desses serviços, com a finalidade de lhes facultarem informação pertinente para uma interação cada vez mais eficaz e inclusiva, na resolução das problemáticas de todos, principalmente daqueles que têm uma maior diversidade funcional.
Em suma, os participantes começaram este mês por abordar e debater conceitos importantes que estão na base dos Direitos Humanos e do exercício da Cidadania, a saber: Comunicação (estilos e atitudes); Inclusão vs. Integração; Exclusão vs. segregação.
Comunicar é a base de toda a interação humana e, apesar de comunicarmos há milhares de anos nem todos nós comunicamos da melhor forma, ou seja, com Assertividade. Pelo contrário, vimos que estamos a atravessar uma época em que a comunicação é muito agressiva e discriminatória (exº guerra, intolerância, violência doméstica, violência de género, racismo, etc.).
Se a interação entre as pessoas fosse assertiva, certamente haveria mais tolerância à diferença e a sociedade seria menos discriminatória e mais inclusiva. Fizemos cartazes e alguns vídeos com exemplos práticos para melhor compreendermos estes conceitos.
Durante este mês, falamos de Direitos e Deveres e se, em Portugal, a Constituição assume que todos temos os mesmos Direitos – apesar de cada um ter necessidades e características diferentes – então cada um de nós tem o dever de evoluir e adequar-se, no sentido de criar bem-estar e soluções para todos, e não apenas para alguns.
No final do mês, fomos a votos e, cada grupo elegeu o seu representante que irá apresentar o projeto junto da comunidade e dos serviços públicos, designadamente nas Assembleias Municipais (de cada concelho).
A inclusão é um processo em que todos participam, mas para tal é necessário que todos estejam bem informados, sem preconceitos e conhecedores das leis e dos melhores métodos para as aplicarem, é sobre isso que queremos dialogar com as pessoas que desempenham funções nos organismos públicos e privados, até chegarmos à Assembleia da República (objetivo deste projeto), local onde estão os nossos representantes políticos que fazem as leis e que podem melhorar as condições daqueles que mais precisam, se perceberem quais são as reais necessidades das pessoas com deficiência ou, de modo mais abrangente, das pessoas com diversidade funcional – que somos todos nós!
Marina Teixeira,
Diretora Técnica