Editorial: Abril, o mês da liberdade…

António Ribeiro, presidente da A2000

O mês de abril tem um significado especial para todos os portugueses, está associado à LIBERDADE.

A liberdade conseguida pela revolução dos cravos de 1974! Mas, a liberdade de expressão foi a mais revolucionária e, talvez, a mais emblemática!

Éramos um país com os cofres cheios, mas atrasado em todos os quadrantes base duma sociedade esclarecida e desenvolvida. Ainda hoje sofremos de algum atraso, perpetrado por alguns políticos do “quero, posso e mando”, ignorantes da sua ação e, pior do que isso, cientes que podem ser donos dum concelho e das pessoas, sem lhes dar a liberdade de não concordar, de se manifestar, de ter opinião diferente. São estes políticos que, achando-se o arquétipo e o pináculo da política, têm condenado o interior de Portugal ao atraso, à desertificação, e até ao deficit democrático. Este último provocado pelas vinganças diárias e a ostracização da participação e da cidadania. 

São estes políticos, muitas vezes, piores que os velhos do Restelo, pois para além de não embarcarem ainda tentam impedir os outros de embarcar. Não querem ficar para trás, mas também não querem embarcar, porque isso obriga-os a trabalhar, a partilhar poder, a dar liberdade a quem a deve ter, a ouvir e a ter atenção aos demais cidadãos.

Perante esta realidade de muitos pequenos concelhos do interior do país, com tristeza afirmo que tudo se dobra no que concerne às pessoas com deficiência ou incapacidade. Estas, perante aqueles políticos (que deixarão de o ser se nos unirmos e usarmos em coro todas as nossas liberdades e capacidades…), estão esquecidas e apenas existem para a estatística ou para justificarem as transferências de verbas do poder central. De resto, muitos desses políticos não as enxergam e, por isso, não têm sequer uma política de inclusão educativa e socioprofissional.

Está na altura de gritar bem alto que a A2000 é diferente e continuará a ser diferente. Não nos deixamos influenciar pela política afastada da participação dos cidadãos e, muito menos, pela chantagem do poder pelo poder! Gritamos por liberdade porque a temos, porque já nascemos com ela e ambicionamos a melhoria das condições de vida das pessoas com deficiência ou incapacidade e da população em geral. Queremos muito mais e por isso exigimos também mais…

Termino a pedir que utilizemos a liberdade (o grito de liberdade) para apoio dos nossos concidadãos mais vulneráveis e em claro apoio à sua inclusão socioprofissional.

António Ribeiro, Presidente da Direção

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