O mês de março acomoda o início da Primavera e com ela um ciclo de mudanças que envolvem, sem exceção, todos os seres vivos.
Efetivamente tudo muda, os dias crescem, a luz solar aumenta, as temperaturas sobem, as flores pintam-se de várias cores, as árvores vestem-se, os pastos renascem, os pássaros chilreiam, os animais reproduzem-se, as sementeiras organizam-se e as pessoas, por norma, sorriem com mais motivação, satisfação e esperança… é claramente uma pandemia de mudanças, com variantes para todos os gostos e feitios.
A primavera inicia-se instigando as mudanças e à mudança de tudo. Trata-se pois do início dum ciclo que se enxerga positivo! Parece que de um dia para o outro surgem novas oportunidades, novas vidas, novas alegrias e novas esperanças com um débito digno de uma bazuca que não deixa ninguém indiferente.
Refletindo e valorizando a vida e a dignidade com que devemos encarar tudo o que nos rodeia e envolve, temos como exemplo as 4 estações do ano (Primavera, Verão, Outono, Inverno), todas elas integram o ciclo da vida com registos distintos e em clara complementaridade. Nenhuma das estações do ano faz sentido sem a existência as outras, o que nos leva para um patamar de reflexão de que tudo é composto por ciclos que, embora nem sempre nos agradem com a mesma satisfação, devemos acolher, não como uma inevitabilidade, mas com o sentido prático e imperativo de necessidade e, da lógica de que aquilo que podemos mudar é a forma como olhamos e processamos a realidade: a nossa perceção!
As 4 estações do ano existem independentemente do estado de espírito das pessoas e, não depende delas (nunca) a sua alteração ou ordenação. O que realmente está ao nosso alcance é mesmo a forma como podemos olhar e sentir aquelas realidades: podemos adaptar a nossa existência, podemos vestir mais roupa no Inverno ou ligar o aquecimento, mas não podemos mudar o Inverno…
Nesta senda, o ideal será encararmos estes ciclos e lógicas de mudança agarrados à bazuca de oportunidades, colocando todo o esforço e transpiração no trabalho que elas implicam. É como uma espécie de automatismo para nos ajudar a transformar as realidades que percecionamos. Não é possível mudar o meio físico, mas é possível mudar o nosso olhar, o sentimento, a nossa perceção…
Assim sendo, até parece que o difícil se transforma em fácil! Nada disso, o difícil continua difícil e é necessário atacá-lo com a bazuca de oportunidades, é necessário mudar a perceção desse difícil e encará-lo como fazendo parte de um ciclo e, que depois da Pandemia vem uma Primavera de mudanças e uma bazuca de oportunidades.
António Ribeiro, Presidente da Direção