Medidas de apoio ao emprego para pessoas com deficiência e incapacidade foram tema de nova palestra promovida pela A2000.
O dia 2 de dezembro foi dedicado, em Murça, à “Descoberta de Outros Mundos”, no emprego, formação e capacitação profissional de pessoas com deficiência e incapacidade no concelho.
Perante um lotado Auditório dos Paços do Concelho, técnicos da área social, empresários, dirigentes associativos e autarcas marcaram presença em bom número, e na sessão de abertura da iniciativa, foi o presidente da A2000, António José Ribeiro, a dar o mote à importância de trabalhar para descobrir um novo «mundo» de oportunidades a um setor da população que tanto delas necessita. “Esta ação que hoje desenvolvemos enquadra-se num projeto que a A2000 apresentou há um ano atrás ao INR, intitulado “À Descoberta de Novos Mundos”. E na área da inclusão, os mundos a descobrir são muitos, nas áreas do emprego, desporto ou da formação e capacitação pessoal e profissional. Trata-se de uma ação inédita e dirigida a um público que nos merece todo o carinho, e uma atenção diária”, começou por dizer, antes de realçar a importância de ajudar estas pessoas a atingir importantes objetivos de realização na sua vida. “Não há, em lugar algum, pessoas ditas normais e pessoas com deficiência. O que existe são pessoas que, por diversos motivos, têm algum tipo de incapacidade ou deficiência, e outras que não possuem essas mesmas incapacidades. Não existem pessoas ditas «normais». Daí que tenhamos de trabalhar, enquanto sociedade, para promover condições mais igualitárias de acesso a todos os «mundos» que marcam a realização pessoal e profissional de todos nós”.
Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal de Murça, Mário Lopes, agradeceu publicamente a “colaboração muito interessante” da A2000 na área social, e destacou o empenho das diversas forças vivas do concelho no projeto. “Nesta minha intervenção, aproveito para dar o meu testemunho de contentamento com o forte envolvimento da comunidade nesta iniciativa, ilustrada pela representação de entidades e instituições locais, juntas de freguesia, empresários, e pais e familiares das pessoas que constituem, no fundo, a matéria-prima de todo este trabalho, que requer, da nossa parte, uma ação concreta no sentido de enfrentar os desafios que vão surgindo. Mais do que estarmos preocupados com questões de linguagem, com a forma como designamos as coisas, importa olhar e avaliar o trabalho que já foi feito, e pensar no muito que ainda temos a fazer, no sentido de cumprir a nossa missão nesta área”.
Por sua vez, a Dr.ª Doroteia Abraão, diretora do Centro de Emprego de Vila Real, chamou a atenção para a importância de trabalhar em conjunto, no sentido de eliminar barreiras e mitos que bloqueiam a realização profissional destes cidadãos. “Procuramos nortear a nossa atividade por princípios de igualdade de oportunidades, liberdade e não-discriminação no acesso ao emprego e formação profissional. Para a implementação do Programa de Emprego e Apoio à Qualificação das Pessoas com Deficiência e Incapacidade, e das medidas que nele constam, temos que contar com a partilha de responsabilidades. Todos são chamados a desempenhar o seu papel nesta matéria, e este trabalho só consegue ser feito com o desenvolvimento de parcerias de excelência, designadamente com autarquias locais e IPSS’s, com todo um trabalho de articulação que deve ser feito ao nível de processos, procedimentos e tomadas de decisão. Estas parcerias são importantes para derrubarmos barreiras sociais e mentais, e mitos que constituem um obstáculo a uma integração mais efetiva”.
Nos diversos painéis que compuseram a ação, Dr.ª Viviana Machado, do Centro de Emprego de Vila Real, apresentou as medidas de apoio ao emprego para pessoas com deficiência e incapacidade.
De seguida, a Dr.ª Ana Antunes apresentou o Centro de Recursos para a Inclusão Profissional (CRIP) da A2000, serviço que promove a integração socioprofissional das pessoas com deficiência ou incapacidades (jovens e adultos), cujos técnicos trabalham em estreita articulação com o Centro de Emprego de Vila Real.
Por fim, ouviram-se testemunhos de clientes integrados e entidades inclusivas, que puderam partilhar a forma como este trabalho social se tem materializado no terreno, no concelho de Murça. O Padre Sérgio Dinís, da Fábrica da Igreja Paroquial de Murça, e a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Murça, Edite Sousa, relataram a forma como as respetivas entidades têm levado a cabo o processo de integração socioprofissional dos clientes deste projeto, e Teresa Rebelo, uma das clientes integradas, descreveu a sua própria experiência de inserção no mercado de trabalho.
Gonçalo Novais, Técnico da A2000