André Real, licenciado em Ciências do Desporto pela UTAD, e Pedro Barros, licenciado em Terapia da Fala pelo Instituto Politécnico de Leiria, são os dois novos reforços da equipa do CAARPD da A2000. Com tarefas distintas que abrangem atividades diversas no âmbito de uma resposta social tão importante na Associação, os dois novos colaboradores já conheceram os cantos à casa e, imbuídos dos valores, princípios e dinâmicas da A2000, estão já plenamente integrados na nova «casa».
Natural de Guiães, no concelho de Vila Real, André Real regressa a um local que bem conhece, dos tempos de estudante. “Houve vários motivos que me levaram a querer trabalhar na A2000, e o primeiro foi ser perto de casa e num sítio que me é familiar uma vez que estudei cinco anos no antigo Colégio Salesiano de Poiares. O segundo foi o desafio de poder trabalhar na área do desporto com uma população totalmente diferente das que já tinha trabalhado até hoje. Por fim, o facto de sentir que podemos ajudar quem mais precisa é sempre gratificante”, começou por referir, antes de explicar em que consiste o seu trabalho. “Dou auxilio e ajudo em todas as tarefas planeadas por outros técnicos. Nos dias de terça e sexta, eu e o meu colega José Miguel, como profissionais de desporto, planeamos atividades no âmbito do exercício físico e do bem-estar e saúde dos nossos clientes do CAARPD, pondo em prática planos de treino individuais e coletivos, de forma a reabilitar e melhorar movimentos e capacidades físicas importantes para o seu dia-a-dia. Sinto-me muito bem no meu trabalho que, para mim, é benéfico e desafiante tanto a nível profissional como pessoal. Claro que existem sempre alguns contratempos, mas acaba sempre por ser bastante gratificante quando vemos a felicidade deles ao fim de cada dia”, reiterou, além de considerar ser importante a A2000 perspetivar o desenvolvimento de atividades desportivas adaptadas para potenciar este trabalho com os clientes.
Em relação ao contexto e equipa de trabalho que encontrou na Associação, o jovem desfaz-se em elogios, destacando a facilidade de integração numa equipa que considera “fantástica” e a “dinâmica e proatividade vivida na A2000”.
Pedro Barros chega à A2000 já com experiência profissional prévia com pessoas com deficiência e incapacidade (PCDI), e é o novo terapeuta da fala da Associação. Instado a explicar as suas tarefas no CAARPD, Pedro Barros descreve as etapas do seu trabalho e finalidades do mesmo. “As minhas tarefas passam pela análise e desenvolvimento da motricidade orofacial dos clientes, desde a recolha de dados decorrente da avaliação deste tipo de capacidades até à criação de um plano de trabalho que incida prioritariamente sobre as competências mais deficitárias. Para ter o impacto pretendido, é fundamental que este trabalho seja consistente, que seja feito com regularidade, para que seja mais fácil manter as capacidades mais desenvolvidas e promover melhorias onde for mais necessário”, explicou.
Nas suas explicações sobre o seu trabalho, Pedro Barros, que também enalteceu a facilidade de adaptação aos colegas e equipa de trabalho, chamou a atenção para a necessidade de olhar para cada cliente específico como forma de ajustar o conteúdo do processo de trabalho às necessidades identificadas, um dos principais desafios nesta reta inicial de percurso. “Cada pessoa é única, e obriga-nos, nessa sua originalidade, a adaptar o nosso perfil comunicativo a cada uma das situações com que temos de lidar. Daí que o aspeto que mais me tenha obrigado a exercitar e melhorar tenha sido o de tentar compreender de que forma é que, com cada cliente, poderia potenciar o impacto do meu trabalho no desenvolvimento das competências deles. Outro dos grandes desafios nestes primeiros tempos de trabalho passou pela desconstrução que tive de fazer de certos preconceitos, que corremos o risco de formular em relação a certas pessoas e contextos, para que me fosse possível realizar uma abordagem profissional concreta e dirigida ao trabalho que tinha de fazer com os clientes do CAARPD, de acordo com as suas personalidades e formas de ser específicas”, reiterou.
Gonçalo Novais, Técnico da A2000