Com vários colaboradores com deficiência e incapacidade integrados nos serviços da autarquia em diferentes medidas de emprego, a Câmara Municipal de Murça é um exemplo de boas práticas no que se refere à integração destes trabalhadores em medidas estruturais de promoção da empregabilidade.
Atualmente o Município conta com cinco colaboradores integrados através da medida Contrato de Emprego Apoiado em Mercado Aberto (CEAMA), três que renovaram o contrato de trabalho em junho e dois que iniciaram em dezembro. Recolheu-se o depoimento deste últimos trabalhadores, o Pedro Machado e a Teresa Rebelo, relativamente à sua experiência.
O Pedro faz o seu serviço no Auditório Municipal, e além da ajuda que presta na organização de eventos municipais neste espaço, destaca a importância que o vínculo contratual com a autarquia está a ter na sua vida. “Aqui no Auditório, ajudo na montagem no palco para vários eventos. Comecei neste trabalho com um CEI+ que, na altura, foi assinado comigo porque outra pessoa desistiu do contrato. Quando me foi dada esta oportunidade, vim para o auditório e fiquei muito satisfeito quer com as funções que desempenho, quer com a forma como estou integrado com os meus colegas de trabalho. Agora, já tenho um contrato de trabalho, consigo pagar as minhas contas, tenho uma maior autoestima e consegui arranjar um trabalho que não teria se a câmara não me tivesse dado esta oportunidade”.
Já em relação à Teresa, que trabalha na Biblioteca Municipal, o trabalho que tem provocou uma mudança muito positiva na sua realização pessoal e profissional. “As minhas funções são as de atendimento ao público e realização de tarefas relacionadas com o espaço. É um trabalho que me vem ajudar muito na parte financeira e que me traz uma rotina diária que me tira de casa e faz com que me sinta útil. Neste aspeto, o trabalho da A2000 tem sido muito positivo e que recomendo. Sem o apoio da Associação continuaria em casa, sem saber que podia ter acesso a oportunidades de realização profissional que hoje me levam a ver a vida com outros olhos”, enalteceu a colaboradora do município, que já tinha experiência profissional num escritório de advocacia. Assim, conseguiu encontrar um novo rumo na sua vida profissional após lhe ter sido diagnosticada uma doença neuromuscular, que também colocou desafios acrescidos à sua vida.
Satisfeito com o decurso do processo de integração destes colaboradores está Mário Lopes, presidente da Câmara Municipal de Murça, que define a integração socioprofissional de pessoas com deficiência e incapacidade (PCDI) como um dos aspetos principais da sua ação autárquica. “Antes de vir para a Câmara de Murça, já sabia que existia uma associação chamada A2000 cujo trabalho social era já reconhecido na nossa região e, sabendo que temos no concelho várias pessoas com deficiência e incapacidade, uma das nossas prioridades passou por criar oportunidades de trabalho a este setor da população, por uma questão de promover a autoestima e o sentimento de valorização destas pessoas. Além disso, a inclusão destas pessoas no mercado de trabalho é uma responsabilidade nossa enquanto município”, refere o líder do Executivo, que incentiva mais empresas e instituições a apostar neste trabalho. “O que a experiência nos tem dito é que o efeito da integração destas pessoas é sempre muito positivo. Quando têm oportunidades profissionais, as pessoas com deficiência e incapacidade revelam sempre um conjunto de capacidades que se tornam mais-valias para as instituições e entidades que as acolhem, daí o nosso investimento neste tipo de medidas sem qualquer receio. Surpreende-me pela positiva, aliás, ver como estas pessoas se mostram disponíveis para interagir e articular esforços com os seus colegas de trabalho, bem como a disponibilidade de quem os recebe para os integrar, o que contribui para criar um ambiente de maior união e entreajuda. Como autarca, recomendo que adiram a este tipo de iniciativas, pois vão ficar surpreendidos e agradados com o desempenho destes colaboradores”, afiançou.
Relativamente aos dois entrevistados, Mário Lopes faz uma avaliação positiva das respetivas prestações. “Em relação à Teresa, já tínhamos expetativa de que pudesse ser uma boa colaboradora, até porque já tinha experiência profissional prévia na área administrativa. Em relação ao Pedro, trata-se de um jovem do nosso concelho, mais especificamente da freguesia de Noura e Palheiros e que, pela vontade demonstrada e pelo sentido de responsabilidade que demonstra, dá-nos muita segurança no cumprimento das funções que executa”, conclui, naquele que é mais um exemplo de uma entidade a realizar um trabalho de grande referência na construção de uma sociedade mais inclusiva.
Entidade: Câmara Municipal de Murça
Atividade: Autarquia local
Concelho: Murça
Ana Augusto e Gonçalo Novais, Técnicos da A2000