Após ter sido sinalizada pelo Centro de Recursos para a Inclusão Profissional (CRIP) da A2000, Cristiana Vieira foi avaliada primeiramente no âmbito da medida IAOQE (Informação, avaliação e orientação para a qualificação e emprego) do Centro de Recursos. Posteriormente frequentou formação profissional na A2000 e no final foi encaminhada para a medida de Apoio à Colocação com o intuito de encontrar um trabalho adequada às suas necessidades e expectativas. Neste sentido, após uma breve experiência laboral, foi enquadrada profissionalmente na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua.

O Sr. Comandante e a própria Cristiana partilharam as suas experiências revelando o impacto positivo deste processo.
A Cristiana desempenha um papel crucial na limpeza, higienização e desinfeção das instalações do quartel dos bombeiros. O comandante dos Bombeiros, Rui Lopes, ao descrever as suas funções, sublinha a importância das tarefas realizadas por esta. “A Cristiana desempenha as suas tarefas nas limpezas, higienização e desinfeção das nossas instalações,” salientando a sua “atenção ao detalhe e rigor na execução das tarefas são altamente valorizados, garantindo um ambiente seguro e higiénico para todos.”
A decisão de integrar Cristiana na equipa dos bombeiros foi tomada com plena consciência do valor que ela poderia acrescentar, “porque uma pessoa com deficiência não deixa de ser necessária, e a Cristiana desempenha as tarefas propostas com rigor. Estamos satisfeitos com as tarefas desempenhadas,” explicou o comandante, sendo notória que a integração evidencia como as pessoas com deficiência podem contribuir significativamente para o funcionamento diário de uma instituição.
Neste sentido acrescenta ainda que a Cristiana trouxe benefícios diretos ao quartel dos bombeiros. O comandante destacou como a sua contribuição permite que outros profissionais se concentrem em tarefas de socorro, essenciais na sua missão. “O nosso quartel requer diariamente algum cuidado na limpeza e higienização, que pode ser feito pela Cristiana, retirando assim algum trabalho aos profissionais que ficam com mais tempo para o socorro de pessoas e bens,” explicou. Esta redistribuição de tarefas é um exemplo claro de como a integração de pessoas com deficiência pode melhorar a eficiência de uma equipa.
Desde o início, Cristiana refere que foi muito bem acolhida na corporação. “Correu bem, fui muito bem acolhida. Agradeço ao comandante a oportunidade que me está a dar” disse ela ao descrever a sua entrada nos Bombeiros. O comandante observou que a Cristiana “adaptou-se muito bem nesta experiência e às rotinas diárias que lhe foram atribuídas”, revelando uma interação com os colegas positiva, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor, onde todos contribuem para o sucesso coletivo.
Quando questionada sobre o impacto desta integração, a Cristiana refere “boas mudanças, tanto a nível pessoal como financeiro”, destacando como esta oportunidade melhorou a sua vida. Esta experiência não só lhe proporcionou uma fonte de rendimento, mas também um novo sentido de propósito e envolvimento na comunidade.

A corporação dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua demonstra uma atitude aberta e recetiva à integração de mais pessoas com deficiência. “Estamos sempre recetivos à integração de pessoas com deficiência dentro das nossas capacidades, respeitando sempre as suas limitações,” afirmou o comandante. Este compromisso é crucial para garantir que todos os trabalhadores se sintam valorizados e capazes de contribuir de acordo com as suas competências.
Além disso, a Cristiana salienta que o apoio da A2000 foi essencial para o sucesso da sua integração, pois “graças à equipa da A2000 conseguimos encontrar o local para poder exercer a minha atividade laboral”, reconhecendo o papel crucial da organização. O comandante também elogiou a competência e a presença constante da A2000 durante o processo: “O apoio dado pela A2000 a este processo de integração foi de elevada competência, sempre presentes.” Este suporte garantiu que tanto Cristiana quanto a corporação tivessem os recursos necessários para uma integração eficaz.
Ao final da entrevista, o comandante deixou uma mensagem para outras entidades e empresas, que reflete uma visão inclusiva e progressista, incentivando outras organizações a abraçar a inclusão no local de trabalho: “Que a integração socioprofissional destas pessoas pode mudar as suas vidas, fazê-las sentir úteis para a sociedade e que todos, dentro dos seus limites, são capazes”.
Fátima Teixeira, Técnica do CRIP