Filipe Costa e Francisca Costa foram integrados na Junta de Freguesia de Vila Marim (Vila Real), através de um Contrato Emprego Inserção +.

Após terem concluído um curso de formação profissional proporcionado pela A2000, o Filipe Costa e a Francisca Costa passaram a ser acompanhados pelo Centro de Recursos para a Inclusão Profissional (CRIP) com o intuito de encontrar um emprego ajustado às suas necessidades e especificidades. Neste sentido, foram enquadrados profissionalmente na Junta de Freguesia de Vila Marim, concelho e distrito de Vila Real, através de um Contrato Emprego Inserção +.

Para compreender melhor este processo, ouvimos a Sra. Presidente da Junta da Freguesia de Vila Marim, Prof.ª Sandra Marcelino e os próprios clientes, cujas experiências revelam os benefícios desta integração.

Segundo a Prof.ª Sandra Marcelino, o Filipe e a Francisca desempenham funções que não apenas agregam valor à comunidade, mas também contribuem para o crescimento deles enquanto profissionais. “As tarefas executadas pelo Filipe e pela Francisca circunscrevem-se ao nosso território, respeitando as preferências de cada um. Ao Filipe, por preferir tarefas ao ar livre, foi encaminhado para a equipa de rua. Acompanha a equipa que zela pela manutenção e limpeza das vias públicas. A Francisca, por gostar de trabalhar com crianças, foi encaminhada para os serviços de apoio ao acolhimento, almoço e prolongamento do Jardim de Infância de Vila Marim. Para além da vigilância às crianças, zela pelo seu bem-estar e segurança diárias.”

A integração destas pessoas foi possível graças ao programa Contrato Emprego Inserção + (CEI+). Este programa permitiu que o Filipe e a Francisca tivessem um primeiro contacto com o mercado de trabalho num ambiente estruturado e acolhedor. A Prof.ª  Sandra Marcelino destaca que, durante o período de estágio, “foi-nos possível perceber e avaliar não só as fragilidades (que fomos corrigindo, achamos que temos essa obrigação) mas também as suas potencialidades (que fomos valorizando e encorajando). Acrescenta ainda o motivo pelo qual decidiu avançar com esta integração, ressalvando o dever cívico como fator essencial neste tipo de situações: “é nossa obrigação enquanto autarcas integrar e incluir pessoas que estão ditadas à discriminação laboral. Fizemo-lo pelo dever cívico. Fizemo-lo porque acreditamos que este período de contacto direto com cumprimento de horários, responsabilidade nas tarefas, relacionamento com outros profissionais, os vão ajudar no seu dia-a-dia enquanto pessoas, mas também em futuros contextos de trabalho.”

Para o Filipe e para a Francisca, a experiência na Junta de Freguesia está a transformar as suas rotinas e perspetivas. A Francisca reconhece que a oportunidade trouxe mudanças significativas: “tenho mais responsabilidades e uma rotina e estou a aumentar as minhas competências profissionais.  Sinto-me mesmo bem aqui, e tem sido muito importante sentir-me ocupada e útil. Já o Filipe destaca a proximidade do trabalho com sua residência e como isso facilitou o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Ele também menciona mudanças comportamentais e o desenvolvimento de habilidades no trabalho: “Chegar a horas e melhorar nas maneiras de trabalhar foram grandes evoluções”, referindo também as questões financeiras como importantes para a gestão da sua vida diária, permitindo-lhe ter melhor qualidade de vida.

A aceitação inicial por parte da restante equipa de trabalho não foi imediata, mas tornou-se um processo de aprendizagem coletivo. Sandra Marcelino revela que foi necessário reunir os colegas e sensibilizá-los sobre a importância da inclusão. “No caso do Filipe, foi mais fácil porque a equipa é pequena. Já com a Francisca, mobilizamos todos os agentes de educação, desde educadores até aos encarregados de educação, para garantir o seu desenvolvimento no ambiente escolar”.

Segunda a Presidente a relação da A2000 com a Junta de Freguesia é descrita como baseada em “cumplicidade e comunicação clara”. “A relação com a entidade pautou-se, sempre, por uma comunicação clara e assertiva relativamente aos interesses comuns às instituições. O nosso foco foi sempre dar resposta atempada aos constrangimentos que foram surgindo na integração dos utentes. Para além disso, procurámos, sempre que possível, responder às solicitações dos técnicos na defesa do bem-estar e segurança dos utentes/beneficiários, mas também nas aprendizagens que daí poderiam advir. Abraçámos cada programa sempre em conjunto. Talvez a palavra que melhor nos tivesse definido foi cumplicidade. É esse o nosso compromisso na relação com os nossos fregueses, mas também na relação com quem diariamente se cruza connosco, empresas e instituições parceiras.”

Por fim, a Presidente, deixa um apelo encorajador a outras entidades e empresas para que integrem mais pessoas com deficiência no mercado de trabalho. “As instituições podem ganhar com esta experiência. Estas pessoas mostram-nos sempre a realidade por outro prisma. Queremos uma sociedade humanizada, capaz de se colocar no lugar do outro. Esta deve ser a nossa missão.

A integração profissional do Filipe e da Francisca demonstra que a inclusão de pessoas com deficiência engrandece sempre as duas partes envolvidas, enquanto os colaboradores ganham experiência, autonomia e confiança, as instituições crescem em humanidade e diversidade. Exemplos como o da Junta de Freguesia de Vila Marim reforçam a importância de iniciativas como as da A2000 para construir um mercado de trabalho mais inclusivo e transformador.

Fátima Teixeira, Técnica do CRIP

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