Editorial

Educação Inclusiva primeiro degrau do patamar de dignidade

A educação inclusiva constitui um alicerce fundamental na edificação de uma sociedade que almeja a equidade e a justiça.

Em Portugal, à semelhança de outros países, a concretização da visão progressista e humanista pressupõe a promoção da diversidade e a salvaguarda da igualdade de oportunidades, no seio do sistema educativo.

A inclusão no domínio educacional transcende, de forma substancial, a mera presença física de todos os discentes nas salas de aula. Ela impõe a necessidade de um ambiente que, reverentemente, acolha e prestigie as disparidades individuais, reconhecendo a unicidade de cada aluno, as suas aptidões distintas e necessidades particulares. Mas isto, por si só, não é suficiente.

De facto, verifica-se, não raras vezes, que há uma dificuldade de inserção social e laboral de pessoas com deficiência e/ou incapacidades. Tal dificuldade é muitas vezes motivada pela desadequação entre os currículos escolares e as suas capacidades cognitivas, emocionais e/ou físicas, bem como a desadequação entre aqueles currículos e as necessidades do mercado de trabalho.

Aqui reside, no meu ponto de vista, uma questão determinante: apostar na capacitação para a inclusão; ensinar uma profissão para que, com o exercício da mesma, se atinja um patamar de dignidade.

O que é esse “patamar de dignidade”? É poder ter capacidade para custear as suas despesas e viver de forma condigna; é sentir-se realizado pessoal e profissionalmente; é ser capaz de superar barreiras e desafios; é sentir-se inserido socialmente; é poder agregar valor à sociedade; é ter uma estrutura e uma rotina; é contribuir para o desenvolvimento económico do país, enfim, é ter uma boa perspetiva de autoeficácia.

Sim, é verdade, o trabalho dignifica. Mas para arranjar trabalho é preciso “saber fazer” e, em última instância, ter tido oportunidade para aprender uma determinada arte ou ofício.

A Associação 2000 de Apoio ao Desenvolvimento – A2000, com o apoio da autarquia de Carrazeda de Ansiães, tem empreendido esforços consideráveis para promover a educação inclusiva, disponibilizando ações de formação Profissional de caráter prático, para um público que acumula algumas vulnerabilidades, as Pessoas com Deficiência e Incapacidades.

Trata-se de ações de formação práticas, em áreas procuradas pelo mercado de trabalho e, por conseguinte, com empregabilidade garantida. Desta forma, a A2000 tem criado condições efetivas para a inserção social e laboral daqueles públicos. De facto, é mediante o trabalho justamente pago que se atinge o tal “patamar de dignidade”.

Para o município de Carrazeda de Ansiães, a educação inclusiva não é mero adorno retórico, é sim um compromisso sério e constante. Ao investir na educação inclusiva, a autarquia investe na plena e harmoniosa expansão de todos os carrazedenses, edificando as bases para uma sociedade mais justa e inclusiva.

Feliz Ano de 2024.

Adalgisa Barata, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães

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