No mês de agosto, os Espaços de Convívio estiveram de férias.
Depois de meses de atividade intensa, que culminou numa grande festa no final do mês de julho, aproveitei este mês para fazer uma breve reflexão sobre a «escola de vida» que são os Espaços de Convívio – para os clientes e, sobretudo, para nós enquanto técnicos.
Trabalhar com idosos implica, simultaneamente, lidar com algo que desejamos e cuja aceitação é mais complexa, como é a nossa finitude. A grande maioria de nós deseja, no futuro, chegar a esta fase da vida, embora tenha algum receio daquilo que exista a seguir. Será que existe mesmo uma vida depois da morte? O que acontece quando o nosso ciclo de vida termina? Estas e outras questões surgem-nos à medida que sentimos, fisicamente, o peso da idade em vários domínios da nossa vida, e reflete um sentimento de fragilidade que o envelhecimento traz.
Contudo, a velhice traz mais-valias para a sociedade que compensam largamente as fragilidades. Desde logo, na capacidade de dar ritmo à vida. Nos Espaços de Convívio, aprendemos a ter tempo para tudo. Tempo para as atividades de estimulação cognitiva e informática; tempo para a festa e a oração; tempo para temas importantes da atualidade e tempo para relembrar memórias passadas.
Trabalhar com os nossos idosos é trabalhar com personagens vivas da nossa história, e fazermos uma «viagem» pelas memórias de outros tempos, para nunca nos esquecermos dos maiores ensinamentos que devíamos usar para problemas complexos da sociedade atual. E que viagens essas! É tão enriquecedor escutar a forma como os nossos «velhinhos» olham para direitos humanos intemporais, e ganhar consciência de valores e princípios éticos que sejam pilares das sociedades atuais!
Trabalhar com os nossos idosos é aprender a viver!
É assistir à transformação de pessoas que abandonam a ideia de que estão a perder capacidades, para descobrirem que tinham competências que estavam «escondidas»! É aprender, através do comportamento deles, que nunca é tarde para aprender!
É aprender que, na vida, vivemos até ao fim – seja a encenar uma peça de teatro, a mexer num «tablet» pela primeira vez, a fazer um cruzeiro no Douro ou a aproveitar cada almoço ou lanche de convívio ao máximo!
Porque a vida tem de ser vivida até ao fim! E não há maior ensinamento que os Espaços de Convívio deixem a todos nós!
Paula Conceição, técnica da A2000
Os Espaços de Convívio da A2000 envolvem 115 idosos e desenvolvem-se atualmente no Concelho de Peso da Régua, nas seguintes freguesias: União de Freguesias de Poiares e Canelas; União de Freguesias de Galafura e Covelinhas; e no Concelho de Santa Marta de Penaguião nas freguesias: União de Freguesias de Lobrigos (S. Miguel e S. João Batista) e Sanhoane; União de Freguesias de Louredo e Fornelos; Freguesia de Sever; Freguesia de Alvações do Corgo; e Freguesia de Fontes.
Os Espaços de Convívio tem como parceiros e financiadores: a União de Freguesias de Galafura e Covelinhas e a Associação Cultural, Social, Desportiva e Recreativa de Galafura; o Município de Santa Marta de Penaguião; a União de Freguesias de Lobrigos (S. Miguel e S. João Batista) e Sanhoane; a União de Freguesias de Louredo e Fornelos; a Freguesia de Sever; a Freguesia de Alvações do Corgo e a Freguesia de Fontes.
