ARMANDO JORGE MARINHO
Antigo formando da A2000 e integrado na medida de Apoio à Colocação do Centro de Recursos para a Inclusão Profissional, o Armando Jorge Marinho é um jovem adulto residente em Santa Marta de Penaguião, onde se encontra profissionalmente integrado nos Bombeiros Voluntários desta vila, ao abrigo de um Contrato de Emprego-Inserção + (CEI+).
Em declarações explicativas das suas funções, o Jorge referiu que “passam pela limpeza e manutenção do quartel e das viaturas, a organização do material ou o auxílio à Equipa de Intervenção Permanente [EIP], de acordo com as instruções que me sejam dadas pelo chefe de equipa”, disse, antes de falar da verdadeira paixão que tem por este trabalho. “Ser bombeiro significa muito para mim. Já estive nesta corporação anteriormente, e mesmo após ter saído naquela altura, havia algo que mexia cá dentro quando ouvia uma sirene. Essa foi uma das razões pelas quais quis voltar a trabalhar aqui, pois este é um trabalho que me sinto competente a fazer, e em relação ao qual procuro aprofundar os meus conhecimentos. É verdade que se vivem aqui situações arriscadas, eu próprio como bombeiro já passei por situações muito difíceis, mas socorrer pessoas compensa tudo. Estou muito feliz por estar aqui, e espero ser capaz de dar o melhor de mim para aproveitar esta oportunidade”, sublinhou.
Francisco Ribeiro, presidente da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Marta de Penaguião, também enalteceu a paixão do Jorge pelo trabalho, e manifestou o seu desejo de o ver aproveitar para trabalhar as suas capacidades técnicas e humanas. “O Armando é um rapaz apaixonado pela vida de um bombeiro e disponível para as várias tarefas que lhe são solicitadas. Apesar de ter um temperamento complicado, que requer muita paciência para gerir, é alguém que tem capacidades natas para se tornar uma mais-valia para a instituição. Espero que ele desenvolva as suas qualidades ao longo do tempo e que se torne um homem cada vez melhor, capaz de cuidar da sua família e, principalmente, do seu filho”.
O responsável máximo da corporação relacionou a abertura da entidade a este tipo de integrações com a própria essência e valores inerentes ao serviço de uma corporação de bombeiros. “Esta instituição está vocacionada para prestar serviços de socorro a pessoas e aos seus bens, e integrar pessoas com deficiência ou incapacidade contribui para que elas também entendam a importância desta casa.
Em virtude desta nossa missão, devemos estar abertos à integração de qualquer pessoa, porque esta casa pretende ser integradora e não desagregadora, para que não haja pessoas socialmente excluídas. Nesta instituição, praticamos permanentemente a solidariedade, e existe sempre da minha parte a preocupação de zelar pela qualidade dos serviços que prestamos. Fico, por isso, muito contente quando vejo algumas pessoas com deficiência que trabalham connosco a transportar, para o cuidado com as pessoas que atendemos, o carinho e estima que tencionamos transmitir na nossa forma de atuação”. Outro aspeto enaltecido por Francisco Ribeiro foi o impacto positivo destes processos de integração no funcionamento diário da instituição. “Estas pessoas vêm dar grandes mais-valias a uma organização destas porque, por força dos condicionalismos da sua vida, conseguem olhar para o próximo com outra compreensão, entrega e carinho. Qualquer ser humano tem o seu potencial e valências que podem ser úteis a uma organização, pois vivemos numa sociedade heterogénea, onde todos são necessários. Deve fazer-se uma avaliação cuidada do que a pessoa quer e pode fazer, e a partir daí garantir as condições para a realização plena dos nossos cidadãos. Com as integrações, além da realização pessoal, tenho colaboradores que se sentem mais úteis. Também nas equipas de trabalho o impacto é positivo, na medida em que os colegas percebem que estas pessoas têm vontade permanente de servir, fazer e melhorar, e não se acomodam a nenhuma zona de conforto”.
A terminar, o presidente dos Bombeiros Voluntários de Santa Marta de Penaguião aproveitou para elogiar o importante papel da A2000 neste trabalho de tornar a nossa sociedade socialmente mais inclusiva. “Tive o privilégio de acompanhar o crescimento da A2000 desde a sua fundação, até se tornar a entidade abrangente que é hoje, com uma aceitação muito grande nos vários concelhos onde tem entrado com as suas respostas sociais. A A2000 faz um trabalho fantástico, do agrado da generalidade das populações, sempre com projetos inovadores e de grande alcance, ao serviço dos que mais precisam, dos mais vulneráveis, que durante muitos anos sofreram de problemas de exclusão e marginalização e que são agora vistos como mais-valias para o desenvolvimento das nossas terras”.
Ana Augusto e Gonçalo Novais, técnicos da A2000